A respeito das audições na OSB

Anda circulando pela internet um e-mail em cujo cabeçalho aparece o nome de um certo Leonardo Fuks, que cita e comenta meu nome e meu trabalho e é só por essa razão que o trago à baila. Diz o e-mail que a OSB está programando avaliações dos músicos da orquestra para o próximo mês de março, e que esses músicos estão sendo informados destes testes durante as férias coletivas. O e-mail informa ainda que os instrumentistas terão dois meses para se prepararem para os exames. O comunicado da OSB, que vem anexado ao e-mail do Sr. Fuks, não revela o que vai acontecer com os audicionados. Eu não sou contrário a audições de avaliação, e o meu histórico só o confirma. Igualmente não tenho nada a ver com os métodos e propósitos que norteiam as audições da OSB. Mas preciso retificar algumas afirmações a meu respeito que me parecem errôneas e falsas. Eis a parte do texto que quero comentar:

“Este novo conjunto de procedimentos de testes e iminentes demissões, inédito no Rio de Janeiro e na OSB, em seus 70 anos de história, parecem replicar exatamente aqueles implementados pela OSESP, no período iniciado em 1987 pela administração e direção de John Neschling, que foi sumariamente demitido em 2008 através de carta escrita por FHC, presidente do Conselho de Administração da orquestra.
A OSESP, que se firmou como a melhor orquestra brasileira desde sua remodelação, imprimiu um ritmo de concertos e ensaios consideravelmente maior do que de todas as outras . Conforme relato de muitos de seus membros e ex-membros, tal aumento na pressão psicológica estimulou o consumo crescente de remédios calmantes, sobretudo os chamados beta-bloqueadores ( e.g. Inderal e seus genéricos com Propanolol) , conhecidos amplamente por seus efeitos sobre profissionais que apresentam grande apreensão e stress no trabalho.
O regente atual da OSB, Roberto Minczuk, foi justamente o maestro auxiliar de Neschling durante grande parte de seu período à frente da OSESP.”

O e-mail que circula, fala de “testes e iminentes demissões”, o que não está explícito em nenhum parágrafo da circular enviada aos instrumentistas pela Direção da OSB. A inferência, sem bem que não desprovida de lógica, é de responsabilidade do autor do e-mail. E diz ainda que esse procedimento parece replicar as audições que foram realizadas quando da reestruturação da OSESP. Quero deixar bem claro que as diferenças entre os dois processos de avaliação são inúmeras e fundamentais. É importante notar que nenhum músico da OSESP foi demitido, embora esteja correta a informação do autor do e-mail de que eu o fui em 2008.
Todos os músicos da OSESP tiveram quatro meses de inatividade, recebendo seus salários normalmente (março a junho, não durante as férias) para se prepararem para as audições. É necessário ainda afirmar que as audições não eram obrigatórias, mas facultativas. Quem não se apresentasse às audições ou não passasse pelas mesmas continuaria com o mesmo emprego que tinha até então, e com o mesmo salário que percebia até aquela altura. O regime de trabalho também não seria modificado para aqueles que não se apresentassem ou fossem reprovados. Este grupo de músicos formou o cerne da Orquestra da Fundação Padre Anchieta que sobreviveu ainda durante uns sete anos, até que fosse desmantelada por total despreparo para exercer funções culturais e sociais adequadas.
Os músicos que passaram nas audições, e foram mais de 50% da antiga OSESP, passaram a receber um salário quatro vezes maior e a ter condições de trabalho invejáveis. A história não me deixa mentir.
A total falta de costume dos músicos da antiga OSESP de trabalhar sob regras estritas de disciplina, seja musical seja funcional, fez com que diversos músicos se sentissem psicologicamente sobrecarregados. Uma orquestra não é uma instituição de recreio e bem estar. Quem toca numa grande orquestra internacional, seja onde for, está sujeito a uma pressão técnica e psicológica enorme, assim como esportistas de ponta o estão quando têm competições internacionais pela frente (ou um cirurgião cardíaco diante de uma operação complicada). Em todas as orquestras há músicos mais e menos preparados para essas circunstâncias e muitos fazem uso do remédio Inderal para ter mais controle em momentos de stress.
É verdade que Roberto Minczuk era meu assistente durante esse período crítico da história da reestruturação da OSESP. Seria natural, portanto, que as audições da OSB tivessem mecânica semelhante, conforme sugerido no e-mail do Sr. Fuks . O que Fuks não menciona é que as audições da OSESP foram longa e profundamente discutidas com a comissão da orquestra em 1997 e os músicos acabaram convencidos da necessidade daquele passo, sem dúvida traumático, para alcançarem a sua melhoria profissional e qualitativa. Na verdade, após as audições, havia duas orquestras e não uma. Não sei se isso também vai acontecer no Rio de Janeiro.
E para terminar, gostaria de convidar os meus leitores habituais e os eventuais que venham a se interessar por esse assunto que leiam ou releiam os capítulos intitulados“Uma orquestra vira duas” e “A nova OSESP e a legião estrangeira” do meu livro “Musica Mundana”, editado pela Editora Rocco. Nessas páginas conto em detalhes o processo de reestruturação da OSESP e das audições de reavaliação. Se o senhor Fuks, ou quem for que escreveu o e-mail referido tivesse tido interesse real em saber da verdade e lido minha história, essa discussão seria desnecessária e estaríamos falando da OSB, sem as comparações falaciosas.

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14 respostas para A respeito das audições na OSB

  1. Luís Antônio Cardoso disse:

    A OSB parece ter se encontrado com o “Pós-Fordismo”…
    Como estudioso do assunto, fico perplexo e atônito em observar como essa lógica do fim do Século XX penetra no mundo das artes.
    Só espero que essa lógica não destrua as artes tal como destruiu as relações humanas e o trabalho no mundo industrial.

  2. semibreves disse:

    Em virtude da ascensão do regime pós-fordista, o mercado de trabalho assistiu a um período de reestruturação que contou com fatores como: a emergência flexibilidade nos contratos de trabalho, o surgimento da figura do trabalhador temporário, a subcontratação, a terceirização, a precarização da mão-de-obra, o desemprego estrutural, a diminuição dos salários e, por conseguinte, o enfraquecimento dos sindicatos trabalhistas.

  3. Luís Antônio Cardoso disse:

    Imagime então o que este regime de racionalização não faria ao mundo das artes e a uma orquestra sinfônica…
    Espero que esses efeitos não se tornem uma rotina na vida dos músicos do Século XXI.

  4. Eduardo disse:

    Com todo o respeito, não imagino que razão um músico (ou qualquer profissional) possa dar para se recusar ou não querer ser avaliado de tempos em tempos. Quanto à “pressão”, imagino que ela exista em todas as profissões, mas será que é tão “cruel” assim exigir que músicos profissionais, com bom salários (não sei quanto à OSB, mas na Osesp chega a 9 mil pela CLT, o que não é pouca coisa), toquem bem? Culpar (ou insinuar) a direção da orquestra ou o maestro pelo uso (abusivo?) de remédios por músicos é uma leviandade sem tamanho.

  5. Maria disse:

    Porqué os músicos tem de ser avaliados de tempos em tempos? Então os médicos deveríam também, e os professores, e os regentes, e os economistas, e os fincionários públicos, e qualquer outra profissão. Penso que quando uma pessoa faz uma prova e é aprovada, demostra conhecimento e competencia, para qué continuar sendo avaliada? Tocar em uma orquestra não é uma competição, e não deveria ser estressante, os músicos não são esportistas , trenando para a medalha de ouro, são artistas e tem a sensibilidade mais assentuada que outros profissionais. Acontece como em qualquer profissão que, tem os que estão sempre estudando e se aprimorando e os que não. O músico que não estuda desafina o médico que erra pode matar uma pessoa. È por respeito ao trabalho que faz e respeito ao público que escuta, que o músico tem que estudar e não por pressão de uma prova de avaliação o por medo de perder emprego o não receber um aumento de salário. Uma orquestra não deve ser tratada como uma empresa ou um negócio qualquer. Os músicos quando estão a vontade, tranquilos tocam muito melhor

  6. Eduardo disse:

    O argumento é exatamente esse. Nenhum profissional tem razões para se recusar a se submeter a uma avaliação periódica. Seria ótimo se isso ocorresse em todas as áreas.

  7. Anônimo disse:

    O problema é que, na maioria das vezes, essas avaliações pontuais (leia-se “audições”) não retratam fielmente o rendimento dos músicos no dia-a-dia de trabalho. O comportamento cotidiano nunca é considerado na avaliação geral, não recebe nota, não tem peso nenhum, e isso gera distorção. Afinal, o que se faz no dia-a-dia não conta? Veja o que está acontecendo, agora, no Coral Paulistano do Teatro Municipal de São Paulo. Lá, cerca de 70% dos coralistas foram reprovados numa primeira avaliação. Agora, terão uma segunda e última chance, em março, para melhorar suas notas. Caso isso não aconteça, não terão seus contratos renovados pela Prefeitura, a despeito de muitos deles terem vários anos de trabalho dedicado ao coro. O mal-estar é geral. E a única pessoa que poderia interceder por uma melhor e mais justa avaliação dos músicos, por conhecê-los no dia-a-dia de trabalho – o maestro -, fez absoluta questão de isentar-se disso e omitir-se perante os outros componentes da banca. Paradoxalmente, em entrevistas individuais realizadas antes dos testes, com o intuito de dar um “feedback” aos cantores, o regente chegou a elogiar vários deles e considerá-los indispensáveis. E no retorno que deu aos cantores após os testes, reconheceu o rigor da avaliação e atribuiu as notas ruins exclusivamente à banca. Estranho, não?

  8. Dias disse:

    Colocando músicos da Filarmônica de Berlim como exemplo, estes somente são efetivados na orquestra depois de demonstrarem nas audições e durante um processo de teste ativo na orquestra que podem manter o mesmo nível até o final de seu contrato que é vitalício. Então, não vejo o real motivo de toda essa tempestade, para fazer uma prova! Se é capaz de continuar, mostre tocando. Sabemos que na efetivação em algumas orquestras, vários músicos relaxam e depois de certo tempo não produzem o mesmo de anos atrás. O funcionalismo público nas artes não funciona e muitos consideram essas audições como uma afronta achando que basta UMA prova e pronto, passou ficou até a morte. Não concordo e acho que a busca pela excelência na OSB até agora segue as “regras” de qualquer orquestra no mundo. Só não concordo com uma coisa, talvez o Maestro Neschling concorde. Alguns músicos como o clarinetista Tiago Naguel foram aprovados e já passaram recentemente (meses atrás) por um processo exaustivo de testes na OSB. E agora? Fazer de novo? É realmente necessário? Neste quesito, acho que houve certa desorganização.

  9. semibreves disse:

    Gostaria de esclarecer um ponto: a meu ver audições sem motivo são absurdas, assim como são absurdas audições sem consequências. Conhecer os músicos no seu trabalho cotidiano faz parte das competências do diretor musical de qualquer grupo, seja orquestral ou coral. Não deveria ser necessário marcar audições para que ele confirme o que já sabe ou que deveria saber ou porque deseje outras opiniões. Audições só fazem sentido quando o objeitvo é reestruturar qualitativa e administrativamente o conjunto, e isso inclui uma melhoria salarial ou de condições de trabalho. Não é lógico que se ofereça um aumento considerável no ganho de um músico nem uma condição de trabalho muito mais sofisticada, sem exigir uma contrapartida do músico, seja ela qual for. Demissões sem estarem ligadas a um contexto como esse são, a meu ver, um gesto autoritário e desumano. É preciso saber como lidar e o que fazer com músicos que dedicaram grande parte de suas vidas a seu emprego antes de expô-los a uma situação de desemprego e stress. Por outro lado uma orquestra, um coro, ou um corpo de ballet não são instituições benemerentes que têm a obrigação de manter socialmente seguros os elementos que não têm mais a capacidade de exercer com qualidade as suas funções artísticas. Para isso há diversas soluções, tais como relocamentos, caixa de previdência privada nas instituções etc, coisas que nossas orquestras e teatros nunca pensaram em fazer ou ter.
    Exemplos como a a Filarmônica de Berlim são fora de propósito: a orquestra tem uma qualidade tão acima de qualquer suspeita, os músicos exigem, eles mesmos, uma prestação tão sofisticada de seus colegas, que qualquer exame de reavaliação seria nonsense. Para quê?
    Uma orquestra como a Suisse Romande de Genebra, por exemplo, oferece a seus membros um programa de previdència privada que assegura a seus músicos uma sobrevivência com salário integral após um certo número de anos de serviços prestados.
    Algumas das maiores orquestras dos Estados Unidos oferecem essa segurança inclusive às viúvas e viúvos dos integrantes da orquestra.
    Ora, nós estamos longe dessa realidade no Brasil. O que temos é um número grande de orquestras medíocres, cujos membros, em parte, são os responsáveis por essa mediocridade e a defendem com todas as suas forças. É natural: têm medo de perder o seu emprego ou sinecura, têm medo de que sejam eles os próximos a terem que expor as suas deficiências. Não acredito que a OSESP, ao menos a OSESP que eu deixei, necessite de exames de avaliação: o próprio regime de trabalho, a necessidade de mostrar serviço todas as semanas, de gravar com qualidade, de excursionar e se medir com grandes conjuntos mundiais se incumbe de manter os músicos na “ponta dos cascos”. E eles recebem por isso um salário digno e condições de trabalho satisfatórias.
    Quais as outras orquestras brasileiras que podem oferecer esse panorama?

  10. Renato Schmidt disse:

    Audições são o quotidiano do músico, sob a forma de ensaios e de concertos. O Maestro colocou um ponto focal, que é o propósito das audições. Seus motivos e suas consequências.
    No caso da reformulação da OSESP, não entendo como alguém possa, com um mínimo de isenção e critério, ter achado traumático um processo que garantiu a opção de tocar ou não na audição. E ainda foi garantida a manutenção do emprego inicial na Sinfonia Cultura. Veja-se que percentual de criação de novos empregos na área da música aconteceu. Também não faria sentido que um músico alegasse que ele deveria ser valorizado com um nível de remuneração alinhado, em certa medida, com padrões internacionais e depois este músico reclamar apenas para si aquele novo patamar de remuneração, excluindo de outros tal possibilidade. Isso inclusive seria uma atitude xenófoba. Cabe lembrar que em condições artísticas semelhantes existe uma tendência a se escolher o profissional brasileiro ou residente, se não por outros motivos, até mesmo pela maior facilidade de sua contratação.
    É preocupante, se representar uma mentalidade coletiva, o fato de que um profissional de artes possa apelar para argumentos xenófobos ou cartoriais de reserva de mercado, pois ele se arrisca a rasgar o humanismo das artes. A propósito, vamos lembrar como as Américas se enriqueceram com a vinda de mão de obra, até mesmo aquela não qualificada (explico: li a propósito de uma entrevista na Veja, um comentário desta natureza).
    Mais ainda, a reformulação da OSESP não somente trouxe um salto de qualidade, como trouxe uma nova orquestra para São Paulo. Isto porque ela passou a ter uma nova filosofia de programação, com concertos comuma amplitude de estilos e épocas e equilíbrio entre obras reconhecidas e outras menos conhecidas, mas com fortes méritos artísticos, para usar poucas palavras.
    A nova OSESP não foi simplesmente uma OSESP que passou a tocar muito melhor ou uma orquestra que competiria com uma Municipal para ver quem tocaria melhor. Para ser ainda mais claro: Londres, que possui uma quantidade de orquestras de destaque mundial, discutiu em políticas governamentais se faria sentido continuar a patrocinar orquestras que faziam a mesma coisa concorrendo com o mesmo público e se não deveria haver a realocação de alguma(s) dessas orquestras. Isso nos anos 80. Portanto, a reformulação da OSESP trouxe uma diversificação na oferta cultural para a cidade, com tudo o que de positivo que isto embute.
    Importantes orquestras inglesas foram formadas pelos seus músicos sob uma forma cooperativa, e isto trouxe coisas boas como a busca de um imperativo de qualidade que as aproximou de seus públicos, mas que também traz em si uma instabilidade que foi mitigada por um tipo de previdência/seguro ou captação para um musicians benevolent fund. Mas isto dinamizou as oportunidades de trabalho e o mercado musical em um círculo virtuoso cultural.
    Tenho dúvidas sobre a colocação de uma audição e uma eventual perda de emprego ser considerada um elemento de fordismo. Embora tenha sido interessante a colocação, para uma mente desavisada como a minha, pode parecer a criação de uma oposição tipo ou o emprego paraestatal coorporativo ou o dilúvio do fordismo. E lembro que Ford quiz produzir carros populares para todos e que seus operários deveriam ganhar de maneira a eles mesmos serem compradores dos Ford T, o que foi bom.
    Sempre existem alternativas, mas conviver com velhos modelos onde a tradição não traz qualidade ou relevância social é, ainda que lentamente, buscar a própria destruição através de um processo que diminui as possibilidades de acesso das pessoas à manifestações culturais diversificadas, o que vai contra uma política cultural ampla.
    Uma orquestra não deveria ser, jamais, profissional no salário e amadora na execução. Nenhum diretor artístico jamais gostaria de realizar uma audição que fosse cortar na carne. E audições deste tipo talvez aconteçam somente porque os músicos de algumas orquestras não conseguem colocar e realizar metas de evolução permanente, ou buscar um processo de qualidade total. Às vezes os “vitimados” são mais culpadas do que os “vitimadores”.

  11. Mary-Helen TE disse:

    Neste mes de janeiro em cerca de 2 semanas tivemos 4 orchestras tocando no Royal Festival Hall. Royal Philharmonic, Orchestra of the Age of Enlightenment, London Philharmonic e Philharmonia. Todas baseadas em Londres e concertos magnificos, sem contar a London Symphony no Barbican. Acho que a melhor forma de se manter a forma, além da competição, é seus músicos não aceitarem colegas menos preparados como faz a Berlin Phil. Se o espírito de corpo prevalecer, bye bye qualidade.

  12. Ana disse:

    Nós deveríamos entender que pressão no trabalho é drasticamente distinta de “bullying”. A diferença entre “um chefe exigente e competente” e “um chefe ameaçador que coloca seu poder administrativo como força provedora de qualidade artística” são figuras completamente distintas e somente existentes no Brasil. Força administrativa é uma arma poderosa utilizada por maestros brasileiro de rara competência.

  13. Clarisse Lins disse:

    Parece-me que os músicos da OSB não questionam a busca por excelência, mas sim a forma como é feita. Uma avaliação surpresa, comunicada durante as férias, com pouca transparência quanto ao seu objetivo, e nenhuma certeza quanto aos critérios que serão observados quando da avaliação, não é o que se espera de uma administração séria e justa.
    Nenhum profissional, seja de que área for, receberia uma intimação dessas, nessas condições, sem sentir ou expressar descontentamento, especialmente quando depende do seu trabalho para viver e para manter sua família.
    É possível liderar, chefiar, sem ameaçar. Respeito pode existir sem o temor.
    Muitas vezes, uma atitude radical como essa do Minczuk, longe de ser coragem, esconde uma incapacidade de lidar com questões pontuais e de enfrentar determinadas pessoas e grupos.
    É importante destacar que, no caso da OSESP, as mudanças foram feitas tão logo John Neschling assumiu. Já na OSB, somente agora, depois de 5 anos trabalhando e avaliando, diariamente, os músicos, Roberto Minczuk vem propor uma reformulação, ignorando os elogios à Orquestra e a crítica favorável.
    Por fim, é para se pensar o que motivou as orquestras onde o Maestro Minczuk regeu, a não mais convida-lo a retornar.

  14. Mauricio disse:

    E a bomba acaba de estourar. O temporada que teria início em março foi adiada para agosto. Tudo por causa do racha (irreversível?) entre músicos e maestro por conta das tais audições. É uma falta de respeito muito grande com os assinantes que estão desde novembro aguardando por novos concertos!

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